jaqueline goes

codificadora do virus da covid-19 em 48h

foto minibio

Após a sua graduação em Biomedicina pela Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, obteve o mestrado em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PgBSMI) pelo Instituto de Pesquisas Gonçalo Moniz - Fundação Oswaldo Cruz (IGM-FIOCRUZ). Mais tarde, tornou-se doutora em Patologia Humana e Experimental pela Universidade Federal da Bahia em ampla associação com o IGM-FIOCRUZ. Atualmente, é pós-doutoranda no Instituto de Medicina Tropical da Universidade de São Paulo (USP), bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo e professora-adjunta de Bioquímica da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública.

“Precisamos dessa representatividade que a doutora Jaqueline traz, enquanto mulher negra na ciência, para que jovens e adolescentes acreditem ser possível ocupar este espaço no futuro.”

Afirma a conselheira nacional de saúde Ana Lúcia Silva.

O feito

Em 2020, fez parte de uma equipe coordenada por Ester Cerdeira Sabino de que fazem parte dezenas de cientistas. Vários membros da equipe participaram na sequenciação do genoma do vírus SARS-CoV-2. Os resultados chegaram em apenas 48 horas, um tempo muito abaixo da média mundial de 15 dias, apenas igualado pelo Instituto Pasteur, na França. A equipe de investigação do Instituto Adolfo Lutz recebeu as amostras do primeiro paciente brasileiro infectado no dia 26 de fevereiro e, depois de escrito pelos parceiros internacionais, os resultados foram publicados dois dias depois, no dia 28, no site Virological.org, um fórum de discussão de especialistas em virologia e epidemiologia. A sequenciação permitiu diferenciar o vírus que infectou o paciente brasileiro do genoma identificado em Wuhan, o epicentro da epidemia na China. As amostras revelaram que este caso estava mais próximo de versões do coronavírus observadas na Alemanha no final de Janeiro. A equipe, igualmente, sequenciou o código genético do segundo caso diagnosticado no Brasil. Neste caso, o vírus aproximava-se de estirpes analisadas na Inglaterra.

foto historia

O trabalho de Jaqueline Goes de Jesus recebeu destaque, em março de 2020, por meio de moção de aplausos, na Assembleia Legislativa da Bahia. No documento, o deputado Isidório Filho (Avante) evidenciou a importância do sequenciamento. “A alta performance de Jaqueline indica, sem medo de errar, que o que falta à ciência brasileira é investimento, pois talento e capacidade de fazer mais é um predicativo que nos sobra”, comentou o deputado.

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